sexta-feira, 30 de março de 2012

RODA MOINHO: histórias de amores com sabor antigo

RODA MOINHO: histórias de amores com sabor antigo
(Neide Medeiros Santos – Crítica literária FNLIJ/PB)

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
nas voltas do meu coração.
(Roda Viva. Chico Buarque).


A Editora CEPE (Companhia Editora de Pernambuco) lançou em 2010 um concurso de literatura infantil e juvenil para todo país. Mais de 100 trabalhos foram inscritos, “Roda moinho”, de Eloí Bocheco, ganhou o prêmio Hors Concours.
“Roda moinho” é um romance juvenil dividido em doze capítulos. A narrativa entrelaça várias histórias - a do moinho antigo da cidade de Moinhos, a de Maria Lígia e o filho Leonardo e a história da escritora Pauline. Todas essas histórias são contadas pelo personagem-narrador Leonardo, Leo para o mais íntimos.
As ações se desenrolam na cidade de Moinhos, um lugar muito tranquilo durante a semana e movimentado aos sábados e domingos. No fim de semana, vinham pessoas de diferentes locais para visitar o moinho d´água que ficava perto do rio e o moinho do vento, situado no alto do morro.
Quando Leonardo nasceu, os moinhos já não tinham serventia, as pessoas mais velhas diziam que eram assombrados, daí o motivo de atrair tantas pessoas para visitá-los.
As imagens de coisas antigas – moinhos, as casas da pequena cidade, indumentária dos personagens, paisagens, tudo foi muito bem retratado pela técnica de aquarela do artista plástico Pedro Zenival. É possível se transportar para o passado olhando as bonitas ilustrações.
Sem respeitar muito a ordem dos capítulos, vamos examinar as histórias começando pela origem dos moinhos e o que eles significavam para os moradores da cidade. As narrativas são todas contadas sob o ponto de vista do personagem-narrador, Leonardo, um menino com doze anos de idade.
Quem quiser saber a história dos moinhos, deve ouvir seu Miguel, conhecido na região como “o guardião das memórias dos moinhos”. Na voz de Miguel, as histórias ganhavam vida e despertavam interesse, ele explicava que os moinhos surgiram com a família Pereira Gomes e que eram utilizados antigamente para moer o trigo e fazer pão. A família Pereira Gomes ajudou a fundar a cidade, mas todas as pessoas dessa família foram dizimadas por uma epidemia, com exceção da filha mais nova, essa morreu de amor. A moça apaixonou-se por um mascate que vivia viajando e vendendo coisas de porta em porta, o pai proibiu o namoro, a moça ficou sem comer, não saía mais de casa, foi definhando, definhando, até morrer.
A história de Leonardo, o personagem-narrador, envolve a mãe, o pai que deixou a mulher para viver uma nova aventura amorosa e o trabalho da mãe – a confecção de docinhos para vender aos moradores e visitantes da cidade. Tudo é contado sob a ótica do menino.
A mãe relembra com saudades do tempo em que morava com o marido e dos poemas que ele gostava de ler para ela – poemas de Emily Dickinson, de Camões e de Fernando Pessoa. Às vezes a saudade era tão grande, a dor da separação batia tão forte que Maria Lígia ficava triste, calada. Nessas ocasiões, o menino sabia que a lembrança do pai povoava o pensamento da mãe. A história de Maria Lígia é também uma história de amor perdido.
Morando em uma cidade pequena, Leonardo conhecia os moradores um por um. A casa verde que ficava na mesma rua de Leonardo ficou desabitada por um certo tempo, depois foi ocupada por uma senhora simpática e muito gentil, Pauline, uma professora de Biologia aposentada e que já havia morado em muitos lugares. E por que escolheu Moinhos para morar? Agora, dedicada à literatura, resolveu viver em um lugar tranquilo onde pudesse escrever com a serenidade que a escrita exige. Leonardo e Pauline se tornaram amigos. Ela falava sobre seus livros, sobre a criação dos personagens, e o menino ouvia com muita atenção.
Por fim, temos a história da paixão de Leonardo por Natália, uma colega da escola, estudiosa e com a maneira de pensar que combinava com Leonardo. Quando o amor parecia instalado de vez no coração do menino, o pai de Natália foi transferido para Curitiba e com ele viajou toda família. Leonardo sofreu muito com a ausência de Natália. Promessas de futuros encontros, de reencontros, não conseguiram aliviar a dor da separação.
As personagens das histórias de “Roda Moinho” estão todas ligadas à literatura e à poesia, alguns de forma mais direta, como Pauline, outras com o gosto pela leitura de poemas, no caso a mãe de Leonardo e o próprio menino. No decorrer da narrativa, o leitor encontra a inserção de sonetos e de poemas lidos e repetidos pelos personagens.
O último capítulo do livro, “Os riscos do bordado” (p. 63-65) é uma reflexão sobre o fazer literário. Uma moça borda na alva percalina, no branco linho ou no puro algodão, histórias sonhadas e desenhadas. Borda e sonha, e faz “surgir da ponta de sua agulha e do fundo de seu dedal os mistérios guardados nos riscos”.(p. 63) E o tecer das linhas e do bordado se associa ao trabalho literário.
( Texto publicado no jornal “ Contraponto”, João Pessoa, março de 2012, mês dedicado à Mulher)

segunda-feira, 26 de março de 2012

A ressurreição de Carlos Lébeis


A RESSURREIÇÃO DE CARLOS LÉBEIS

A infância é a época em que imaginação e realidade se confundem.
(Laura Sandroni)

Quando falamos em literatura infantil brasileira dos anos 30 e 40 do século XX, despontam os nomes de Monteiro Lobato, Viriato Correia e alguns livros de Luís Jardim, Graciliano Ramos e José Lins do Rego. Estes três últimos escreveram livros para adultos e fizeram incursões no terreno da literatura infantil. Carlos Lébeis, que foi contemporâneo de Lobato, é sempre esquecido. A Cosac Naify, com a publicação de “Cafundó da Infância (2011) e “No país dos quadratins...” (2012) procurou ressuscitá-lo.
Quem foi Carlos Lébeis?
O nome completo do escritor é Carlos Magalhães Lébeis, nasceu em São Paulo em 1889 e faleceu em 1943. Nelly Novaes Coelho, no “Dicionário Crítico da Literatura Infantil e Juvenil Brasileira (1882-1982)” traz um pequeno verbete sobre o autor. Diz a crítica da literatura infantil:
“Faz parte da geração de 22, tendo sido considerado pelos companheiros como um “grande talento”...] Escreveu dois livros para crianças: O PAÍS DOS QUADRATINS (ilustrado por Cândido Portinari, publ em 1928) e A CHÁCARA DA RUA UM (1930). São estórias de travessuras infantis, onde o espaço real ( de natureza edênica e acolhedora) acolhe situações onde o mágico prevalece.” (p. 110).
A editora Cosac Naify conseguiu resgatar os livros de Carlos Lébeis e publicou “Cafundó da Infância” (2011), com ilustrações de Anita Malfatti e “No país dos quadratins...” (2012), ilustrado por Cândido Portinari. Ainda, em 2012, pretende publicar “A chácara da rua Um”.
“Cafundó da infância” permaneceu inédito por mais de 70 anos. Um sobrinho de Carlos Lébeis, Paulo Bomfim, teve acesso aos originais do livro e, depois de muitos anos, cumpriu a promessa que fizera um dia a Anita Malfatti - cuidar da publicação deste livro destinado às crianças. Anita não teve tempo de ver o livro publicado, mas as ilustrações da pintora aparecem na capa e nas páginas internas e dão um toque especial à história do pássaro Curió.
Cafundó da infância é um lugar distante e encantado onde tudo pode acontecer, até o impossível. Lá os passarinhos têm nome e são tratados como seres humanos. Existe um tico-tico que é conhecido como Tico-tico de Sousa, um vira chamado Maneco Vira-vira, um pintassilgo, Pintassilgo Caruso. Existe, também, um tal de João de Barros.
Curió Xavier é o personagem principal dessa história. Ele falava como gente e resolveu contar para alguém as suas memórias. Não sabemos se era para um menino ou adulto, podia ser para um poeta como Manoel de Barros, chegado na idade, mas com a alma de criança.
Caro leitor ou leitora, não se espante com as histórias desse passarinho falador. Emília, a boneca feita de pano por tia Nastácia, contou suas memórias para o Visconde de Sabugosa, que era um sabugo de milho e lembre-se de que Carlos Lébeis foi contemporâneo de Lobato.
Curió começou suas memórias com o relato do local de seu nascimento – um quintal cheio de várias espécies de árvores frutíferas: mangueiras, jaqueiras. Todos os animais viviam em perfeita harmonia. Nesse “país-paraíso”, morava um menininho miúdo e esperto, dono de um coração maior do que a “manga coração de boi”. Era um anjo sem asas, amigo de todos os animais e de todas as plantas. O nome desse menino era Esperidião Caxuxo.
Mas nem tudo continuou só bonança no Cafundó da infância. Um dia... chegaram uns meninos esquisitos, mal-encarados e perversos, meninos de barba-grande e voz grossa. Esses meninos pareciam ter parte com o demo. E sabe o que eles queriam fazer? Derrubar as árvores e matar todos os passarinhos. Será que esses meninos malvados conseguiram o que pretendiam? Somente o Curió Xavier sabe da resposta, e o leitor curioso poderá saber também.
“Cafundó da infância” é um livro de teor ecológico. A luta dos pássaros para se livrar dos meninos perversos, o desejo das árvores de serem transplantadas revelam o amor do autor pela natureza.
Os capítulos do livro correspondem às histórias contadas pelo Curió Xavier e cada história traz uma ilustração colorida de Anita Malfatti. O título dos capítulos aparece em papel de folha colorida dobrada. Ao desdobrar a folha, surge a bonita ilustração de Malfatti – desenhos delicados, cores suaves, tudo condizente com o clima paradisíaco do livro.
Paulo Bomfim, no posfácio, afirma: “Carlos Magalhães Lébeis, o inesquecível tio, está ligado pelos túneis da memória e do afeto da minha infância.”.
Não poderia concluir sem fazer referência ao vocábulo “cafundó”, hoje pouco usado. No Dicionário da Língua Portuguesa de Houaiss, cafundó, palavra de origem africana, é local de difícil acesso, situado entre montanhas e pouco habitado. Na linguagem popular, um lugar onde o cão perdeu as botas ou onde o vento faz a curva.

REVELAÇÃO

A escritora Ana Maria Machado, presidente da Academia Brasileira de Letras, foi entrevistada no programa “Leituras” (TV. Senado, 17/03/2012) e revelou o segredo do sucesso de seus livros: escrevo como quem fala, sem artificialismos, sem jargões, e devo isso a experiência com a prática jornalística e o rádio. Durante muitos anos, Ana Maria Machado foi colunista do “Jornal do Brasil”.
( Textos publicados no jornal “Contraponto”, março de 2012)

quinta-feira, 15 de março de 2012

A lua no cinema:quatro momentos distintos


A lua no cinema: quatro momentos distintos
(Neide Medeiros Santos – Crítica literária FNLIJ/PB)


Tenho fases, como a lua.
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
(Cecília Meireles. Lua adversa. In: Vaga Música).

Eucanaã Ferraz organizou a seleção de poemas “A lua no cinema e outros poemas” ( Cia. Das Letras, 2011), livro destinado, “preferencialmente, aos jovens”. Vinte poetas integram a coletânea, sendo sete portugueses e treze brasileiros. Apenas duas poetisas – Fiama Hasse Pais Brandão e Sophia de Mello Breyner Andresen. As duas são portuguesas.
Ao todo são 68 poemas. O leitor encontra um índice como o título dos poemas, os nomes dos autores e uma breve nota sobre cada poeta. Aparecem, ainda, informações do exemplar de onde foram retirados os textos.
O título do livro remete ao poema de Paulo Leminski – “A lua no cinema” que se encontra na p. 59. Transcrevemos a primeira estrofe do poema:

“A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.” (p.59).

Os poemas estão divididos em quatro momentos distintos. No primeiro, com o subtítulo de “o verbo ser e outros verbos”, encontram-se poemas que mostram o decorrer da vida do homem: nascimento, infância, juventude, maturidade e velhice.
“não sei se isto é amor e outras dúvidas” é o subtítulo do segundo momento e compreende poemas que falam do amor, das incertezas e das dúvidas desse sentimento complexo. O terceiro momento – “na ribeira deste rio e outras paisagens” apresenta poemas voltados para a natureza. Verso de Fernando Pessoa é utilizado no subtítulo. No quarto e último momento – “não coisa e outras coisas”, os poemas selecionados reúnem seres e coisas que se misturam e se transformam, superando limites.
Vamos examinar alguns poemas da primeira parte, eles estão relacionados com as diferentes fases da vida do homem.
O primeiro é uma canção de Caetano Veloso – “Boas-vindas” (LP Circuladô, 1991). O poeta celebra o nascimento do filho e convida-o a conhecer a vida – que é gostosa, tem o sol e tem a lua, tem a poesia e tem a prosa.
O segundo poema – “A um recém-nascido”, José Paulo Paes saúda um bichinho tenro, frágil, o filho do homem. Entre uma estrofe e outra, aparece um refrão que se repete de forma variada – “é o filho do homem”, “é o filho da mulher”, “é o filho da fome,” “é o filho da fartura”, “é o filho do mundo.” Por fim, “É um filho de Deus”. Atente-se para a sutileza poética e a substituição do artigo definido (o) para o indefinido (um).
Manoel de Barros comparece com o poema “Infantil”. Aqui, o poeta explora o lado criativo da criança. Um menino conta uma história absurda à mãe e conclui:

“Olha, mãe, eu só queria inventar uma poesia”.
Eu não preciso fazer razão”. (p. 18)

Manoel de Barros gosta de aproximar a criança do poeta. Os dois são inventivos e não precisam dar explicações lógicas para entender as coisas.
Mário Quintana, no poema “O adolescente”, chama a atenção do jovem para a beleza da vida e alerta que essa beleza pode gerar o medo, mas um medo “fascinante e fremente de curiosidade”.
O poeta português Alexandre O´Neill, com o poema “Amigo”, refere-se à idade adulta do homem e faz uma reflexão sobre o que é um amigo e recomenda que se tenha cuidado com a palavra amigo.
E o que seria amigo?

“Amigo é o erro corrigido,
não o erro perseguido, explorado
é a verdade partilhada, praticada.” (p. 26)

Chega-se à maturidade, à velhice. Para essa fase ingrata da vida só recorrendo a Paulo Leminski e enfrentá-la com uma doce ironia.

[quando eu tiver setenta anos]
“quando eu tiver setenta anos
então vai acabar essa adolescência
vou largar da vida louca
e terminar minha livre-docência” (p.44)

Os outros três momentos poéticos permanecem encobertos esperando o leitor.
Resta uma pergunta: Por que as poetisas brasileiras modernas não entraram na coletânea? Onde estão Roseana Murray, Marina Colasanti, Neide Archanjo, Zila Mamede? E Cecília Meireles – que é atemporal e eterna?

sábado, 3 de março de 2012

Hugo Cabret. O filme? Não, o livro


HUGO CABRET. O FILME? NÃO, O LIVRO
(Neide Medeiros Santos – Crítica literária FNLIJ/PB)

As pessoas usam os computadores mais e mais, algo que apaga a mão do artista. Eu quis fazer algo com o qual fosse possível ver a mão do artista.
Brian Selznick. Nota explicativa sobre a ilustração do livro “A invenção de Hugo Cabret”)

“A invenção de Hugo Cabret” (Ed. SM), texto e ilustrações de Brian Selznick, tradução de Marcos Bagno, ganhou, em 2008, o Prêmio “Melhor Tradução para Jovem” da FNLIJ. O autor nasceu em East Brunswick, Nova Jersey (EUA), é formado em Design, Rhode Island. Marcos Bagno é tradutor, escritor e linguista. Atualmente é professor da UNB.
O livro foi adaptado para o cinema por Martin Scorsese em 3D e tem conquistado o público infantil e adulto. A reunião de texto, imagens, quadrinhos e cinema oferece uma variada experiência de leitura. É um volume de 533 páginas que mescla linguagem verbal e pictórica. As duas linguagens caminham pari-passu.
O colorido da capa contrasta com as inúmeras ilustrações internas que são todas em preto e branco. O ilustrador utilizou lápis (crayon), fez pequenos desenhos que depois foram ampliados. Ao longo do livro, o leitor observa o trabalho de “hachura”. Em desenho ou gravura, este tipo de ilustração produz efeito de sombra ou meio-tom. Os desenhos foram todos feitos com lápis HD, sombreados em preto e branco e apresenta figuras muito bem delineadas. Há páginas inteiras apenas com cenas visuais.
Vamos conhecer um pouco da história de Hugo Cabret.
Estamos em Paris nos anos 30 do século XX. O ambiente retratado é uma estação de trem. Nessa estação mora Hugo Cabret. É órfão e ficou sob os cuidados de um tio que, certo dia, desapareceu. Após o desaparecimento do tio que consertava relógios, Hugo luta sozinho pela sobrevivência. Mora na própria estação em um apartamento secreto construído para o pessoal que dirigia a estação de trem há alguns anos. Por ter apenas 12 anos, poderá ser recolhido a um abrigo de menores abandonados, por isso deve manter-se no anonimato e foge quando avista o inspetor da estação. Ir para o orfanato é a última coisa que Hugo deseja. O menino tem uma missão a cumprir que só poderá ser realizada em liberdade.

Do pai, um relojoeiro, Hugo se lembra das histórias que ele lia à noite – as incríveis aventuras de Júlio Verne e contos de fadas de Hans Christian Andersen, que eram os seus favoritos. O pai gostava, ainda, de levar o filho ao cinema e um dos últimos que viu com o pai foi “um filme com um homem pendurado nos ponteiros de um relógio gigante.” (p.17).
O filme citado se chama “O homem mosca” e foi estrelado por Harold Lloyd.
O tio consertava relógios, era encarregado de manter sempre funcionando os grandes relógios da estação de trem e com ele Hugo aprendeu esse ofício. Quando o tio desapareceu, o menino passou a cuidar dos gigantescos relógios da estação e sentiu-se responsável pelo funcionamento dos mesmos.
Além do tio desaparecido, do pai que morre em um incêndio, aparecem outros personagens que merecem ser citados: o velho Georges e a sobrinha de Georges – Isabelle.
O velho Georges, personagem importante no decorrer da narrativa, é dono de uma loja de brinquedos que fica na estação de trem. Na loja há pequenas peças que podem ter grande serventia para um estranho objeto que Hugo está montando, daí fazer pequenos furtos na loja.
Este personagem foi inspirado no cineasta francês Georges Miélès, considerado o “pai dos efeitos especiais” no cinema. Na juventude, Georges Miélès trabalhou como desenhista e mágico, depois se interessou pelo cinema, virou ator e diretor. Nasceu em 1861 e faleceu em 1938. .
Para escrever este livro, Brian Selznick foi a Paris conhecer o ambiente onde a história se desenrola, tirou muitas fotos e pesquisou sobre a vida do cineasta Georges Méliès.
Isabelle, a sobrinha e afilhada de Georges, é uma menina curiosa e inteligente, mora na casa do tio e compartilha com Hugo Cabret nas suas descobertas e invenções. Aliado a tudo isso, Isabelle carrega no pescoço uma chave que poderá ser muito útil para os trabalhos do menino.
Um desenho enigmático, um caderno de anotações, uma chave roubada e um homem mecânico (um autômato) integram o universo desta intrincada e imprevisível história.
Literatura e Cinema se entrecruzam na história de Hugo Cabret. O convite ao leitor é para ler o livro, deliciar-se com as primorosas ilustrações de Brian Selznick e, se possível, ver o filme..