sexta-feira, 25 de junho de 2010

Saramago:viajando por terras portuguesas






Viajando com Saramago por terras portuguesas
(Neide Medeiros Santos – Crítica literária FNLIJ/PB)

A felicidade, fique o leitor sabendo, tem muitos rostos. Viajar é, provavelmente, um deles. Entregue as suas flores a quem sabe cuidar delas, e comece. Ou recomece. Nenhuma viagem é definitiva.
(José Saramago. Apresentação do livro “Viagem a Portugal”.)

José Saramago, o primeiro escritor de língua portuguesa a receber o Prêmio Nobel de Literatura, escreveu romances, peças teatrais, contos, poesias, literatura infantil e um livro de viagens – “Viagem a Portugal”. No Brasil, o livro de viagens de Saramago foi publicado pela Companhia das Letras (1997).
Portugal é um pequeno país da Europa, mas parece enorme quando temos como companheiro de viagem o escritor José Saramago. É na companhia desse “viajante especial” que vamos andar por terras portuguesas. Vamos seguir a sua orientação: “Viajar é estar mais e andar menos”.
Para o viajante, em alguns locais, a vida parece estar escondida, a aquecer-se nas lareiras. Para Saramago, que conhece cantos e recantos de Portugal, é possível descobrir locais pitorescos que só quem ama é capaz de ver e sentir.
A viagem desse “viajante especial” abrange terras do Nordeste e Noroeste de Portugal, terras baixas, vizinhas do mar, brandas beiras de pedras, passa pelo rio Mondego, por terras de Alentejo e Algarve. Seria impossível conhecer todas essas terras. Contentemo-nos com alguns detalhes.
Comecemos nossa viagem pela pequena aldeia de Rio de Onor. Lá se fabrica o bagaço, aguardente de uva. Se o viajante quiser aprender como se faz essa bebida, há sempre alguém disponível para ensinar. Ela é milagrosa, cura até dor de dentes. Vale a pena experimentar essa delícia de Rio de Onor.
E o que dizer do Monte Evereste de Lanhoso? O viajante sobe e dá voltas e mais voltas, e avista, bem no alto, o Castelo de Póvoa de Lanhoso. Chegando ao castelo, tem a sensação de que está no Himalaia, no Monte Evereste.


Em Coimbra, é aconselhável visitar a Sé Velha e admirar a galeria de reforçadas colunas que corre sobre as naves laterais. É uma das mais belas invenções do estilo românico. Outra visita imperdível é o Mosteiro de Santa Clara. Não pode deixar de deitar o olhar sobre o Mondego
Saindo de Viseu, o viajante entra na estrada que vai a Castro Daire e “sente-se reconciliado com o mundo entre montes e florestas”... (p. 183). Descendo pelo rio Vouga, de águas claras que vão a caminho do mar, o viajante tem a vaga impressão de que lá deixou qualquer coisa – o que será?
Essa viagem a Portugal não acaba nunca. Saramago nos ensina que quando o viajante sentou na areia da praia e disse: “Não há mais que ver, sabia que não era assim. O fim de uma viagem é apenas o começo doutra. E preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na Primavera o que se vira no Verão, ver de dia o que se viu de noite, com sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava”. (p.387)
Muitos viajantes viram as aldeias portuguesas, os rios, os montes, as igrejas. Compraram retratos e postais e, ao voltar para casa, mostraram aos parentes e amigos, mas “nenhum deles, entretanto, teve como levar a viagem para casa, refazê-la por escrito e escolher que iria partilhá-la infinitamente”, como fez Saramago .
Fernando Pessoa, através do heterônimo Alberto Caeiro, Poema XXIV, “O Guardador de Rebanhos” disse esses versos que deveria ser o lema de todo viajante:
“O essencial é saber ver”.
Viajar é ter olhos para ver.
De José Saramago:
“A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa.”
(José Saramago. Viagem a Portugal)
José Saramago se foi, mas ficaram seus romances, suas memórias, livro de viagem e de literatura infantil
Nos últimos anos, Saramago mantinha um blog na internet (http://caderno.josesaramago.org). Em um dos post, de acordo com a informação de Schneider Carpeggiani (Jornal do Commercio – “Saramago, o fim da polêmica”, Caderno C, Recife, 19 de junho de 2010, p. 01), o escritor teceu algumas razões para lermos certos escritores. Seguem os nomes dos autores da lista: Padre Antonio Vieira porque soube dar beleza à língua portuguesa; Cervantes porque sem Quixote a Península Ibérica seria uma casa sem telhado; Montaigne porque não precisou de Freud para saber quem era; Voltaire porque perdeu as ilusões sobre a humanidade e sobreviveu ao desgosto; Raul Brandão porque não é necessário ser gênio para escrever um livro genial , o Húmus; Fernando Pessoa porque é a porta por onde se chega a ele é a porta por onde se chega a Portugal

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Clássicos Infantis Universais


Clássicos Infantis Universais
(Neide Medeiros Santos – Crítica literária FNLIJ/PB)

Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.
(Carlos Drummond de Andrade. Infância)

A escritora e ensaísta Ana Maria Machado escreveu um livro – “Como e por que ler os Clássicos Universais desde cedo” (Ed. Objetiva: 2002) que deve ser lido e relido por todos aqueles que querem saber um pouco mais sobre os clássicos infantis universais.
Partindo de sua própria experiência, a escritora conta como foi o seu primeiro contato com um livro clássico. Era muito pequena, ainda não sabia ler, e seu pai foi contando aos poucos, com suas próprias palavras, a história de Dom Quixote e Sancho Pança. Algum tempo depois, já familiarizada com o mundo das letras, leu “Dom Quixote das crianças”, na adaptação de Monteiro Lobato.
Neste livro/ensaio, Ana Maria Machado dá algumas dicas importantes sobre livros e leitura. Há duas coisinhas que consideramos fundamentais:
“Clássico não é livro antigo e fora de moda. É livro eterno que não sai de moda”.
“O primeiro contato com um clássico, na infância e adolescência, não precisa ser com o original. O ideal mesmo é uma boa adaptação bem-feita e atraente”. (2002: p.15)
Chamamos a atenção do leitor para esta segunda afirmativa. Existe quem condene as adaptações dos clássicos sob o argumento de que deturpam o texto original. Essa observação nem sempre é verdadeira. Ferreira Gullar traduziu e adaptou Dom Quixote de La Mancha para o público jovem com tanta mestria que mereceu o prêmio FNLIJ/2003, na categoria de Tradução/Jovem.
Seguindo a linha de traduções e adaptações cuidadosas, Ana Maria Machado cita, entre outros, Beatrix Potter (As Aventuras de Pedro, o Coelho), Carlo Collodi (Pinóquio), Charles Dickens (Oliver Twist), Daniel Defoe (Robinson Crusoé), J.R. Tolkien ( O Senhor dos Anéis), Jonathan Swift ( As Viagens de Gulliver), Lewis Carroll (Alice no País das Maravilhas), Mark Twain (As Aventuras de Tom Sawyer). Nesta lista, não falta o brasileiro Monteiro Lobato. Muitos são os autores e muitos são os livros citados. Vale uma consulta ao livro “Como e por que ler os clássicos universais desde cedo”.
Não sendo possível discorrer sobre cada um desses livros, optamos por Charles Dickens e a interessante história de “Oliver Twist” (Companhia das Letrinhas), uma adaptação de Naia Bray-Moffatt, com ilustração de Ivan Andrew e traduzido por Hildegard Feist.
O livro condensa a história de Oliver Twist, um menino órfão, criado em um orfanato onde é maltratado e explorado. Traz, ainda, informações sobre os costumes dos ingleses na época em que se desenrola a ação (inícios do século XIX), fotos de Londres antiga, ilustrações e descrições sobre o ambiente e o modo de viver dos londrinos.
“Oliver Twist” permite ao leitor conhecer Londres da época Vitoriana e saber alguns detalhes da vida de Charles Dickens. Quando criança, ele queria ser ator e sua grande paixão pelo teatro se evidencia em seus romances. Pela intensa dramaticidade, muitos foram adaptados para o teatro. É o caso de “Oliver Twist” em que a morte da personagem Nancy causou tamanha comoção no público que a peça foi proibida de ser representada durante certo tempo.
A vida das crianças pobres na época vitoriana era excessivamente dura. Trabalhavam muito e eram exploradas pelos adultos. Os pobres saíam do campo e iam à procura de trabalho nas cidades, moravam em cortiços, embaixo de pontes e em lugares insalubres. As doenças proliferavam e muitos morriam na infância. Oliver Twist vivenciou os dramas de um menino pobre e órfão.
A respeito desse livro, Ana Maria Machado assim se expressa:
“... acho que recomendaria “Oliver Twist” para uma iniciação jovem. É muito triste e pode até fazer chorar, mas é ótimo. (...) É um desses livros que a gente não consegue largar, vivendo os medos e os sustos de uma criança que foge dos maus-tratos e sai pelas ruas tentando de todo jeito sobreviver e escapar da maldade de adultos que tentam explorá-lo na marginalidade.” (p.104).

terça-feira, 8 de junho de 2010

Marcus Accioly – um poeta nordestinado


Marcus Accioly – um poeta nordestinado
(Neide Medeiros Santos – Professora e Crítica Literária – FNLIJ/PB)

“... nordestinados somos todos nós – nordestinos, brasileiros, latinamericanos – porque este destino de Nordeste é a própria condição de NossAmérica.”
(Marcus Accioly. Capa do disco Nordestinados. A palavra que volta ao canto. Discos Chantecler s/d).

Marcus Accioly é considerado uma das grandes vozes poéticas do Nordeste. A produção literária do autor abrange mais de 10 títulos: Cancioneiro (1968); Nordestinados (1972); Xilografia (1974 – livro de poemas com gravuras do folhetinista e xilógrafo José Costa Leite); Sísifo (1976); Íxion (1978); Guriatã: um cordel para menino (1979- com xilogravuras de Dila); Ó de Itabira (1980); Érato (1983); Narciso (1984); Latinomérica (2001). Accioly ainda escreveu dois pequenos livros para o público infantil – ABC dos Bichos e P (B) ara (ti) nação.
Nas Notas ao Leitor, inseridas no livro Narciso, Accioly divide parte de sua obra poética de acordo com os quatro elementos da natureza. Cancioneiro, Nordestinados e Guriatã: um cordel para menino estariam ligados à terra; Sísifo ao ar; Íxion ao fogo; Narciso à água. Teceremos alguns comentários sobre a fase ligada à terra.
A publicação de seu livro primeiro livro, Cancioneiro, o autor deve ao crítico literário e poeta César Leal, seu orientador poético e, como ele mesmo tem afirmado em diversas ocasiões, pai de sua geração. Com relação à receptividade crítica a esse livro, Nelly Novaes Coelho afirma que é uma tentativa de nomeação do novo Real e revela uma nova consciência épica.
Seguindo as trilhas de Cancioneiro, o segundo livro, Nordestinados, mergulha nas raízes populares e amplia o universo épico narrativo já detectado na obra anterior. Nelly Novaes Coelho saudou esse livro com um brilhante ensaio – Nordestinados: A Palavra que Nasceu do Canto.
A respeito do título Nordestinados, Marcus Accioly apresenta a seguinte explicação para o termo:
O neologismo nordestinado (que inventei no singular e usei no plural como título) deixa de ser espécie para tornar-se gênero: nordestinados somos todos nós – nordestinos, brasileiros, latinamericanos – porque este destino de Nordeste é a própria condição de NossAmérica.
O significado do vocábulo extrapola os limites do regional; ele é bem mais amplo do que parece, seguindo uma gradação que envolve nordestinos, brasileiros e os latinos da América.
Guriatã: um cordel para menino é o último livro ligado à terra. Composto de 91 poemas e cinco notas que explicam a gênese do livro, o poeta procura resgatar a infância perdida, o “país-paraíso” do engenho Laureano. O xilógrafo Dila, o ilustrador, tentou traduzir plasticamente o conteúdo do texto. Modalidades de cantoria (martelos, toada-alagoana, canções suspirosas, desafios, mourões); poemas dialogados e poemas independentes tornam esse livro o mais intrinsecamente preso ao elemento terra.
Accioly revelou, certa vez, que seguia Tolstoi pelo avesso – “procurava pintar o mundo para pintar a sua aldeia”. Acreditamos que, com a saga do engenho Laureano, o poeta conseguiu realizar esse ideal. O locus amoenus da região canavieira não é privilégio da zona da mata pernambucana: está presente na região da Provença, tão bem retratada por Paul Cézanne em seus quadros; nos riachos e rios, num canto da Champagne, povoado de várzeas, na descrição poética de Bachelard; no mundo encantado do Sítio do Pica-pau Amarelo, de Monteiro Lobato e no país de São Saruê, do poeta popular Manoel Camilo dos Santos.
No que se refere à repercussão crítica, este livro conquistou dois grandes prêmios literários – 1º. lugar no Concurso Nacional Prêmio Fernando Chinaglia (1979), União Brasileira de Escritores – Rio de Janeiro e Láurea Altamente Recomendável para o jovem (1980) Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. Guriatã: um cordel para menino já alcançou cinco edições, é o livro mais editado do autor.
Com esta obra, Accioly tenta recuperar a infância através de um texto que é a junção do épico com o lírico; do erudito com o popular; do real com o imaginário.
Na 5ª. edição (2006) – “Comemorativa dos Vinte e Cinco Anos e mais Um”, como costuma se referir o poeta a esta edição, encontramos, na orelha do livro, trechos do parecer de Stella Leonardos, membro do júri do Prêmio Fernando Chinaglia que julgamos pertinente transcrever:
Sobre o livro classificado em primeiro lugar (Guriatã: um cordel para menino - de Marcus Accioly) registrei em meu relatório:
Mestria verbal. O Nordeste inteiro no que tem de mais significativo e autêntico. Uma saga da infância esquecida. Algo de maravilhoso e de tal força que fez a relatora improvisar esses versos:
Ave, guri guriatã!
do cordel voa canto
tão voz de menino pássaro,
tão asa de voz menina
que o coração se ilumina
de hoje –sol luamanhã.
Qual será o motivo da permanência desse livro? São passados 28 anos da 1ª edição e “Guriatã: um cordel para menino” continua encantando a todos. Atribuímos essa permanência à presença dos mitos (populares e eruditos), a beleza poética do texto e a miscigenação dos gêneros ( é um livro épico, lírico e dramático).
Com Guriatã: um cordel para menino, Marcus Accioly traz à tona um passado perdido, um mundo vivido e sonhado e, principalmente, não deixa morrer a criança-poeta ou o poeta-criança que norteia sua vida.

sábado, 5 de junho de 2010

Breves histórias de livros e de leituras


Breves histórias de livros e de leituras
(Neide Medeiros Santos – Crítica literária FNLIJ/PB)

A casa da ficção não tem uma, mas um milhão de janelas – ou melhor, um número incalculável de possíveis janelas.
(Henry James. A arte do romance)

Lígia Cademartori, ensaísta e tradutora, doutora em Teoria da Literatura (RS), já escreveu vários livros em que a reflexão recai sobre a criança, a literatura e a educação. O Professor e a literatura para pequenos, médios e grandes (Autêntica Editora: 2009), seu último livro, compreende depoimentos de escritores brasileiros e passagens envolvendo personagens ficcionais. Este livro conquistou o Prêmio “Melhor Livro Teórico” da FNLIJ, 2010, produção 2009.
Vamos seguir a trajetória de Lígia Cademartori em alguns desses ensaios, passando por histórias de livros e de leituras. No primeiro ensaio, “Literatura infantil: a narrativa e o tumulto do mundo”, a autora nos fala sobre o livro do jornalista Lloyd Jones: “O Sr. Pip”.
Llody Jones cobriu a guerra civil na década de 1990, na ilha de Bougainville. Esta ilha fica situada entre Papua - Nova Guiné e as ilhas Salomão. Por ordem do governo, os habitantes de Papua ficaram sem rádio, sem jornal, sem eletricidade e sem escola. Foi sobre essa experiência que o jornalista Llody Jones criou uma narrativa ficcional envolvendo o Sr. Watts, um professor improvisado que convoca as crianças da ilha a retornarem à sala de aula.
O professor não dispõe de material didático, mas é apaixonado por literatura e possui um único livro – “Grandes Esperanças”, de Charles Dickens. É através da leitura desse livro que o professor conduz os alunos ao mundo imaginário da ficção.
A professora Magda Soares, no prefácio que fez para o livro de Lígia Cademartori, afirmou que a leitura dos originais da ensaísta brasileira deu-lhe um desejo irreprimível de ler “O Sr. Pip”, adquiriu-o e sentiu-se imersa na própria ilha de Bounganville. (O livro de Llody Jones foi traduzido para o português pela Rocco, 2007).
“O menino e o poeta” é um ensaio que se inicia com o depoimento de Armando Freitas Filho sobre as atividades escolares nos idos de 1948. Na sala de aula, um cavalete era armado e sobre ele “colocavam-se cartazes com cenas coloridas, geralmente rurais” (2009: p.99) e o menino navegava naquelas paisagens e escrevia uma composição de 20 a 30 linhas. Ali estava nascendo o futuro poeta.
A realidade vivenciada por Armando Freitas Filho foi a mesma de muitos meninos e meninas do Brasil nos anos 40 e 50 do século XX. O livro Memórias “Rendilhadas: vozes femininas” (João Pessoa: UFPB, 2006), que reúne depoimentos de 15 mulheres leitoras, é um bom exemplo do ler e do escrever no Nordeste brasileiro na segunda metade do século XX.
Em “A construção e o vazio”, a ensaísta chama a atenção para a distinção entre “literatura infantil” e “mero livro para criança”. No primeiro caso, ela cita a obra de Bartolomeu Campos de Queirós, autor que se destaca pela criação de um mundo próprio, de uma literatura que reage ao mundo fora do texto, que revoga as suas leis naturais, reverte e revisa seus postulados, suas crenças. E vem esta afirmativa:
“... um livro de literatura não serve como porta-voz de nenhuma causa, programa, doutrina, ideologia. Não prega. Não faz propaganda de nada. Não se submete ao politicamente correto. Não representa interesse de ninguém, porque uma de suas funções é construir contra-afirmações às crenças de todo tipo”. (2009: p. 50)
A autora não se detém nos livros considerados “mero livro para criança”, mas por seus comentários sobre “livro de literatura infantil”, tomando como exemplo textos de Bartolomeu Campos de Queirós, deduzimos que seriam aqueles que não privilegiam a fantasia, que doutrinam, diidatizam, não surpreendem o leitor, são por demais plausíveis.
Vamos procurar ler e indicar livros que abram milhões de janelas. A seleção rigorosa feita pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) e a atribuição de prêmios nacionais é um dos caminhos.