Tecer considerações sobre livros e autores a partir da literatura produzida para crianças e jovens no Brasil. Os textos deste espaço estão disponíveis para pesquisa; devendo-se, em caso de citação, indicar a fonte, conforme a legislação em vigor: LEI Nº 9.610
sábado, 2 de abril de 2011
2 de abril – Dia Internacional do Livro Infantil e Juvenil
2 de abril – Dia Internacional do Livro Infantil e Juvenil
(Neide Medeiros Santos – Crítica literária FNLIJ/PB)
Andersen sempre foi para mim uma espécie de herói, de mito intocável.
(Marcos Bagno. Uma vida de contos de fadas).
O dia 2 de abril é uma data muito significativa para todos aqueles que se dedicam à literatura infantil. Nesse dia, nasceu em Odense (Dinamarca), no ano de 1805, Hans Christian Andersen, o menino filho de um sapateiro e de uma lavadeira que mais tarde se tornou importante escritor de livros para crianças.
Odense é a capital da ilha de Fusten e a cidade gozava de muito prestígio no século XIX. Existia um castelo que servia à família real como residência de verão. Fora da capital Copenhague, Odense era a única cidade que possuía um teatro.
Por ser a data de nascimento de Andersen, o dia 2 de abril passou a ser conhecido como o Dia Internacional do Livro Infantil e Juvenil. Atualmente o mais alto prêmio literário atribuído a escritor de obra infantil recebe a denominação “Prêmio Hans Christian Andersen”. No Brasil, duas escritoras já conquistaram esse ambicionado prêmio – Lygia Bojunga Nunes (1982) e Ana Maria Machado (2000).
O mês de abril ainda marca o nascimento de Monteiro Lobato (18 de abril) e nesse dia se comemora, no Brasil, o Dia Nacional do Livro Infantil. No dia 20 de abril é a data de nascimento do poeta paraibano Augusto dos Anjos– dia consagrado ao escritor paraibano. É, portanto, um mês de festividades e de louvor ao livro.
Voltemos ao grande contador de histórias – Hans Christian Andersen. A vida de Andersen foi marcada por dificuldades financeiras. Quando perdeu o pai, o menino contava apenas 11 anos, mas aprendeu muito com este homem simples do povo. Em suas memórias, ele conta como era fraterno o convívio com o pai:
“Aos domingos, ele se divertia construindo para mim pequenos teatros; recortava os cenários, que eram móveis e podiam ir mudando. Lia-me cenas da comédia de Holberg e dos contos de As Mil e Uma Noites.”
Não causa admiração que, alguns anos mais tarde, Andersen tenha partido para Copenhague e tentado trabalhar no teatro. Foram anos difíceis. O rapaz desajeitado, com os pés e as mãos muito grandes, olhinhos miúdos não inspirava muita confiança. Era um patinho feio e identificava-se com o personagem rejeitado do seu conto mais conhecido. A obstinação, o desejo de vencer, superou essas primeiras dificuldades.
Andersen não escreveu contos de fadas tradicionais, suas histórias trazem uma ótica infantil, vêm da sabedoria do povo, e isso agrada muito as crianças. Como Monteiro Lobato, o escritor dinamarquês não se preocupava com o didatismo moralizante. Um tom poético envolve seus contos e encanta os leitores.
Quem vai à Dinamarca, Copenhague ou Odense, surpreende-se com as inúmeras estátuas, museus, em homenagem ao escritor ilustre. Não é apenas a sua imagem que está perpetuada no bronze, seus personagens figuram entre os homenageados. A pequena sereia, colocada na entrada do porto de Copenhague, em cima de uma pedra, parece uma guardiã do povo dinamarquês. É um local muito freqüentado por turistas do mundo inteiro.
“O patinho feio”,” A pequena vendedora de fósforos”,” O soldadinho de chumbo”,” A pequena sereia” ‘A roupa nova do imperador” são alguns dos seus contos mais famosos.
Andersen escreveu mais de 170 histórias, poemas, diários, peças de teatro, livro autobiográfico, novelas, mas foi sua produção destinada ao público infantojuvenil que conquistou o mundo.
Traduzido para muitas línguas, os contos de Andersen já foram adaptados para o teatro, cinema, balé, quadrinhos. No Brasil, há boas edições dos contos de Andersen e citamos: “Andersen e suas histórias” (Ed. Ave Maria), textos adaptados por Regina Drummond e ilustrados por André Neves. “Palmas para João Cristiano”, biografia adaptada para o leitor infantil por Ana Maria Machado (Ed. Mercuryo Jovem) e “Uma vida de contos de fadas. A história de Hans Christina Andersen”, de Marcos Bagno, Ed. Ática.
Em 2010, a editora Zahar publicou - “Contos de Fadas de Perrault, Grimm e Andersen” que contou com a apresentação de Ana Maria Machado e tradução de Maria Luísa Borges.
Sobre este último livro citado, destacamos que as histórias são traduzidas na íntegra e trazem ilustrações de antigos artistas como: Gustavo Doré, Walter Crane, Bertall, Arthur Rackham.
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Um comentário:
Olá!
Esta é a primeira vez que passo por aqui.
Sou nova seguidora e voltarei sempre para ler e ver as novidades.
Um grande abraço de:
Cristina Sá do blog
http://cristinasaliteraturainfantilejuvenil.blogspot.com
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